Saiba quais são as estratégias e desafios do Plano Nacional de Transição Energética no Brasil
A Política Nacional de Transição Energética foi aprovada esta semana no Conselho Nacional de Política Energética – CNPE. Veja como essa iniciativa pode transformar o cenário brasileiro na transição energética.
Na última segunda-feira (26/8), o Conselho Nacional de Política Energética – CNPE aprovou a Política Nacional de Transição Energética – PNTE. A cerimônia contou com a presença do Presidente Lula, do Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, de outras autoridades governamentais e representantes do setor.
Compreendendo a Política Nacional de Transição Energética
De maneira geral, a Política Nacional de Transição Energética – PNTE define as diretrizes para a estratégia brasileira rumo a uma matriz energética mais sustentável.
O Governo Federal, por meio dessa política, reforça seu compromisso com a redução das emissões de gases de efeito estufa. Além disso, a iniciativa busca gerar novas oportunidades de emprego, garantir a segurança do suprimento energético e combater as desigualdades sociais e regionais.
Segundo o ministro Alexandre Silveira, essa proposta tem o potencial de atrair cerca de R$2 trilhões em investimentos para o território nacional. E tem como objetivo integrar as políticas e ações do governo para a descarbonização da matriz energética brasileira.
“Vamos protagonizar, no mundo, a nova economia – a economia verde. São R$ 2 trilhões em investimentos, são 3 milhões de empregos para brasileiras e brasileiros. É energia eólica, solar, hídrica, biomassa, biodiesel, etanol, diesel verde, captura e estocagem de carbono, combustível sustentável de aviação, hidrogênio verde. É o renascimento da indústria do Brasil em bases sustentáveis. É agregação de valor ao produto brasileiro produzido com energia limpa e renovável, é oportunidade para impulsionar o uso do nosso conteúdo local”, destacou o ministro.
Como funciona a Política Nacional de Transição Energética – PNTE?
A princípio, a implementação da política ocorrerá de duas maneiras principais. Primeiro, foi criado o Fórum Nacional de Transição Energética (FONTE).
Esse fórum tem como objetivo integrar a participação da sociedade, promovendo o diálogo entre todas as esferas sociais para desenvolver, de forma coletiva, ações e novas políticas públicas justas e inclusivas.
Além disso, a elaboração do Plano Nacional de Transição Energética (PLANTE). Este plano de ação, está sendo estruturado no âmbito da política energética em conjunto com outras iniciativas governamentais, como o PAC, o Plano Clima, a Nova Indústria Brasil e o Pacto pela Transformação Ecológica.
PLANTE: Eixos, Investimentos e Impactos da Política Nacional de Transição Energética no Brasil
Em resumo, o PLANTE está sendo estruturado em dois eixos principais. Primeiramente, o eixo setorial abrange setores como a indústria, transportes, energia elétrica, mineração, e petróleo e gás natural.
O segundo eixo adota uma abordagem transversal, focando em marcos legais e regulatórios, no combate à pobreza energética, na redução de desigualdades e na criação de um ambiente atrativo para investimentos.
Para a implementação eficaz do PLANTE, o Ministério de Minas e Energia (MME) conta com o apoio de parceiros estratégicos, como a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a Agência Internacional de Energia, o BNDES e a FGV. E de acordo com levantamentos iniciais, os investimentos em energia limpa e renovável, combustíveis sustentáveis de baixo carbono e mineração sustentável poderão atingir R$ 2 trilhões nos próximos 10 anos.
Com esses investimentos, a Política Nacional de Transição Energética – PNTE não apenas contribuirá para a geração de emprego e renda, mas também promoverá a inclusão social e o desenvolvimento de regiões mais carentes. Além disso, a iniciativa buscará combater a pobreza energética e democratizar o acesso à energia, desbloqueando o potencial sustentável do Brasil.
Integração das Políticas Energéticas e Desafios na Transição para uma Economia de Baixo Carbono
Em conformidade, o PLANTE se integra de forma estratégica com outras políticas e programas já em andamento, como o RenovaBio, o Programa Nacional de Hidrogênio e o projeto “Combustível do Futuro”.
Além disso, o PLANTE reforça iniciativas como o PROCEL, Luz para Todos e Energias da Amazônia, alinhando esforços para fortalecer a transição energética no Brasil. Com essa integração, o PLANTE promove uma visão unificada, que busca o desenvolvimento sustentável através de uma matriz energética mais limpa.
No entanto, os desafios são significativos. Por exemplo, é crucial reconhecer a importância da indústria de petróleo e gás (O&G) no processo. Pragmaticamente, abandonar a produção de petróleo não reduzirá automaticamente o consumo nacional e global.
Assim sendo, o foco deve estar na criação de alternativas de baixo carbono, que garantam a segurança energética e minimizem a dependência dos combustíveis fósseis. Isso requer a alocação justa dos custos e a preservação das contas públicas.
Próximos passos para o Brasil
Portanto, o sucesso do Plano Nacional de Transição Energética depende da sua capacidade de integrar políticas e enfrentar desafios.
Além disso, o reconhecimento do papel do petróleo na transição não enfraquece o compromisso com as soluções de baixo carbono.
Pelo contrário, o PLANTE deve destacar, de forma transparente, como essa integração é essencial para o desenvolvimento do Brasil e a articulação com as demais necessidades do país.
Gostou do texto? Não esqueça de compartilhar e seguir a GreenIO nas redes sociais!