Maior Usina de Biogás do mundo tem construção iniciada em São Paulo

O projeto da Louis Dreyfus Company (LDC) visa transformar efluentes cítricos em energia renovável

A Louis Dreyfus Company (LDC), multinacional do agronegócio, anunciou a construção da maior usina de biogás do mundo que utiliza efluentes cítricos como matéria-prima. Localizada em Bebedouro (SP), a unidade reforça o compromisso da empresa com a sustentabilidade e a inovação no setor de sucos cítricos.

Biogás a partir de efluentes cítricos

A principio, a planta industrial da LDC em Bebedouro, um dos principais polos de produção de suco de laranja do Brasil, contará com uma tecnologia pioneira para converter resíduos líquidos do processamento de frutas em biogás. Segundo Paulo Hladchuk, Head Global da Plataforma de Sucos da LDC, a usina representa um marco na economia circular.

“Teremos uma usina que fará a economia circular real e ainda reduzirá a emissão de CO2 equivalente da unidade em 20%”, afirmou Hladchuk.

Além disso, a inovação está no uso de um inóculo especial que acelera a decomposição da matéria orgânica dos efluentes. Gerando um combustível renovável capaz de substituir o gás natural nos processos industriais da LDC.

Impacto ambiental e eficiência energética da Usina de Biogás

Dessa maneira, a nova unidade ocupará uma área construída de aproximadamente 195.000 m², será capaz de tratar aproximadamente 400 m³/h de efluentes cítricos e produzir mais de 50.000 Nm³/dia de biogás.

Além disso, a LDC prevê a reutilização total da água tratada, que será devolvida ao meio ambiente em conformidade com os padrões ambientais. Sua construção deve se estender até o final do primeiro semestre de 2026. 

Juliana Pires, Head Global de Indústria e Qualidade da Plataforma de Sucos da LDC, destaca que a tecnologia superou as expectativas:

“Nossos testes demonstraram uma eficiência de até 15% superior aos padrões de mercado, tornando a unidade uma referência global em inovação sustentável.”

Economia circular e novos mercados

O projeto da LDC não só reduz a pegada de carbono, mas também pode abrir caminho para a comercialização de biometano no futuro. Atualmente, a legislação brasileira permite a comercialização de biometano, mas não de biogás in natura.

Bem como, a empresa já considera a possibilidade de purificação do biogás para uso em sua frota ou venda para o mercado energético.

Hladchuk destaca a importância desse movimento estratégico:

“A LDC está sempre em busca de novas oportunidades para expandir suas soluções sustentáveis e contribuir para um futuro mais verde.”

Expansão e inovação na citricultura

A usina de biogás faz parte de uma série de investimentos da LDC na indústria de sucos. Em 2024, a empresa inaugurou tanques para armazenamento e pasteurização de suco de laranja em Matão (SP), além de investir na modernização de suas operações portuárias em Santos (SP) e Ghent, na Bélgica.

Com mais de 30.000 hectares de pomares e um portfólio que inclui desde sucos concentrados até óleos essenciais, a LDC segue como uma das líderes globais no setor de citricultura.

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