Microsoft fecha maior acordo de remoção de carbono da história

Acordo de 6,75 milhões de toneladas de CO₂ marca avanço na transição climática corporativa

A Microsoft firmou o maior contrato da história para remoção permanente de carbono, estabelecendo um marco significativo na corrida global pela neutralidade de emissões. A empresa se comprometeu a adquirir 6,75 milhões de toneladas métricas de créditos de remoção de CO₂ ao longo de 15 anos, em parceria com a AtmosClear, subsidiária da Fidelis New Energy.

Segundo a Reuters, o projeto apoiado envolve uma instalação de Captura e Armazenamento de Carbono por Bioenergia (BECCS), localizada no Porto de Greater Baton Rouge, em Louisiana (EUA). Além disso, a planta utilizará biomassa renovável — como resíduos florestais, agrícolas e industriais — para gerar energia limpa e capturar o CO₂ resultante, que será posteriormente armazenado de forma permanente em reservatórios geológicos subterrâneos.

Investimento de US$ 800 milhões e operação prevista para 2029

Com um investimento inicial superior a US$ 800 milhões, o projeto deverá iniciar suas operações comerciais em 2029, com início da construção previsto para 2026. Bem como, a iniciativa também se destaca por seu impacto econômico local. Prevendo a criação de 600 empregos na fase de construção e mais de 70 postos permanentes, segundo a Fidelis New Energy.

Além de fomentar a economia local, o projeto promete contribuir para o manejo sustentável das florestas regionais e a valorização de resíduos agrícolas e industriais. Fortalecendo cadeias produtivas circulares e de baixo carbono.

Estratégia climática da Microsoft e os desafios regulatórios

A principio, o acordo está alinhado à meta da Microsoft de se tornar carbono negativa até 2030 e neutralizar todas as suas emissões históricas até 2050. Desde 2020, a empresa vem investindo em tecnologias de captura direta de carbono e soluções baseadas na natureza, mas este é, até o momento, o maior investimento em uma tecnologia de remoção permanente.

Contudo, a concretização do projeto depende da continuidade do crédito fiscal federal 45Q, que subsidia projetos de captura de carbono nos EUA. Com a nova administração Trump, mudanças na política tributária podem afetar o modelo de viabilidade financeira de iniciativas semelhantes.

Liderança corporativa na transição energética

Portanto, ao firmar este contrato, a Microsoft sinaliza de forma contundente o papel que grandes corporações podem exercer na transição climática. Bem como, investimentos em soluções de remoção de carbono de alta qualidade tornam-se um diferencial estratégico. Ao mesmo tempo em que atendem às expectativas crescentes de stakeholders e regulamentações ambientais.

O caso também pode servir como referência para empresas brasileiras e globais interessadas em estratégias de compensação de carbono de longo prazo, com enfoque em tecnologias escaláveis e com rastreabilidade certificada.

Fontes adicionais: Reuters