Usina-piloto no RN vai estudar impacto de eventos extremos na energia solar

ISI-ER e TotalEnergies inauguram estrutura para P&D climático

Uma parceria estratégica entre o Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) e a TotalEnergies deu origem a uma nova usina-piloto em Natal (RN), voltada ao estudo dos impactos de eventos extremos na geração de energia solar. O projeto conta com investimento de R$ 5,4 milhões e envolve 17 pesquisadores. Com início das operações previsto para o segundo semestre de 2025, a estrutura está inserida em um amplo esforço de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) financiado pela cláusula de investimento da ANP.

Com 380 módulos solares de diferentes tecnologias instalados em uma área de 4.400 m², a usina terá capacidade de 200 kWp. A iniciativa está diretamente alinhada à transição energética, promovendo tecnologias que assegurem maior confiabilidade e desempenho para a matriz fotovoltaica nacional.

A resposta brasileira aos desafios da irradiância extrema

Primordialmente, um dos fenômenos mais preocupantes nas usinas solares é a chamada “irradiância extrema” – uma intensificação abrupta da luz solar causada por reflexões após a passagem de nuvens. Esse efeito pode danificar os módulos fotovoltaicos, gerar falhas operacionais e comprometer a eficiência da produção de energia.

Dessa maneira, para compreender melhor o fenômeno e mitigar seus impactos, o projeto utilizará sensores meteorológicos de última geração e infraestrutura dedicada a ensaios normatizados. “Estamos criando um laboratório a céu aberto com tecnologia de ponta”, destaca Samira Azevedo, coordenadora da pesquisa. “Nosso objetivo é gerar dados que contribuam para a operação segura e otimizada das usinas solares brasileiras.”

Tecnologia avançada a serviço da energia limpa

Além disso, a usina conta com módulos mono e bifaciais, sistemas de fixação variados e diferentes tipos de inversores, permitindo estudos comparativos de desempenho. Bem como, a estação meteorológica instalada no local medirá irradiância solar, temperatura, espectro de luz e características das nuvens — fornecendo uma base robusta de dados climáticos.

Segundo o diretor do ISI-ER, Rodrigo Mello, o projeto tem o mérito de combinar eficiência técnica com benefício social: “Estamos otimizando não apenas a geração de energia, mas também a experiência do consumidor final, oferecendo maior estabilidade na oferta de eletricidade limpa”.

Um marco estratégico para o futuro energético do Brasil

O presidente da FIERN, Roberto Serquiz, destacou a importância estratégica da iniciativa para o setor energético nacional. “Esse projeto posiciona o Rio Grande do Norte como centro de excelência em P&D solar. É um passo decisivo para aumentar a resiliência da matriz elétrica brasileira”, afirmou.

A TotalEnergies, que alocou 68% de seu orçamento global de P&D em 2024 para novas energias, aposta fortemente na inovação solar como vetor de crescimento sustentável. Nesse sentido, a empresa também mantém parcerias estratégicas com líderes nacionais em energia renovável, como a Casa dos Ventos.

Com a nova usina-piloto, Brasil reforça seu protagonismo em soluções para um setor energético mais resiliente, eficiente e alinhado às metas climáticas globais.

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