Veja como as energias renováveis transformam o futuro energético e os compromissos globais para reduzir emissões de gases de efeito estufa.
A transição energética está revolucionando o cenário socioeconômico global, expressando a necessidade das energias renováveis e incentivando o consumo consciente. Essa mudança diminui a dependência de recursos não renováveis e incentiva a eficiência energética. Preservando o meio ambiente, desenvolvendo a agricultura sustentável, melhorando a saúde pública e promovendo o crescimento econômico.
Neste artigo, iremos abordar os compromissos globais para a transição energética e os benefícios da descarbonização!
Os Benefícios das Energias Renováveis
Em primeiro lugar, é de conhecimento geral que a adoção de energias renováveis é essencial para a preservação do meio ambiente. Reduzindo significativamente a emissão de gases de efeito estufa e outros poluentes. Essa mudança diminui a necessidade de extração de recursos naturais e melhora a qualidade do ar e da água, protegendo ecossistemas e biodiversidade.
Ao mesmo tempo, sabe-se que essa transformação energética tem um impacto positivo na agricultura. Tecnologias como a energia solar aumentam a eficiência da produção agrícola e reduzem custos, além de incentivar práticas mais sustentáveis e a utilização de bioenergia.
Logo, a transição energética também impulsiona o desenvolvimento de novas tecnologias e inovação, com avanços em armazenamento de energia, eficiência energética e mobilidade elétrica. Esse movimento cria novas oportunidades de mercado, acelera a transformação digital no setor energético e estimula investimentos em infraestrutura e capacitação profissional.
Impactos sociais do uso de Energias Renováveis
Do mesmo modo, a substituição de fontes de energia poluentes por renováveis têm um impacto direto na saúde pública. Segundo o estudo, “Co-benefícios ambientais e efeitos colaterais adversos das estratégias alternativas de descarbonização do setor energético”, realizado por pesquisadores do Instituto Potsdam de Pesquisa de Impacto Climático (PIK) para a Nature Communications. Nesse sentido, a utilização de energias limpas reduz a incidência de doenças respiratórias e cardiovasculares causadas pela poluição do ar.
Para Gunnar Luderer, autor principal do artigo e vice-presidente do domínio de pesquisa da PIK sobre caminhos de transformação energética: “O principal vencedor da descarbonização é a saúde humana: a mudança para a produção de eletricidade baseada em energias renováveis pode reduzir os impactos negativos à saúde em até 80%. Isso se deve principalmente à redução da poluição do ar causada por combustíveis fósseis.”
Outrossim, o setor de energias renováveis gera milhões de empregos diretos e indiretos. Promovendo um crescimento econômico sustentável e diversificado, essencial para construir uma economia resiliente e de baixo carbono.
NetZero: O que este termo significa?
A princípio, o termo “Net zero” refere-se ao estado em que a quantidade de gases de efeito estufa (GEE) emitida para a atmosfera é igual à quantidade removida dela. Em outras palavras, atingir o net zero significa equilibrar as emissões com as remoções de GEE, resultando em um impacto líquido zero no clima.
Para alcançar o net zero, as emissões devem ser reduzidas ao máximo possível através de medidas como:
- Adoção de Energias Renováveis: Substituição de combustíveis fósseis por fontes de energia limpa, como solar, eólica e hidrelétrica.
- Eficiência Energética: Melhorar a eficiência no uso de energia em setores como transporte, construção e indústria.
- Tecnologias de Captura e Armazenamento de Carbono (CCS): Capturar e armazenar o dióxido de carbono diretamente da atmosfera ou de processos industriais.
- Reflorestamento e Conservação de Florestas: Aumentar a área de florestas, que atuam como sumidouros naturais de carbono.
- Mudanças nos Padrões de Consumo e Produção: Incentivar práticas sustentáveis em todos os níveis da sociedade. Desde a produção agrícola até o consumo de bens e serviços.
Além de reduzir as emissões, o net zero também envolve compensar qualquer emissão remanescente. Através de métodos como projetos de reflorestamento, tecnologias de captura de carbono e outras iniciativas que removam GEE da atmosfera.
O objetivo final é estabilizar o clima e limitar o aquecimento global a níveis seguros, conforme estabelecido em acordos internacionais como o Acordo de Paris.
Acordos Globais para a redução das emissões de GEE.
Em 2015, na 21ª Conferência das Partes (COP21) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima – UNFCCC, em Paris, adotou-se um novo acordo climático. Com o objetivo central de fortalecer a resposta global à ameaça da mudança do clima e de reforçar a capacidade dos países para lidar com os impactos decorrentes dessas mudanças.
Inicialmente, aprovou-se o Acordo de Paris pelos 195 países da UNFCCC. A fim de reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) no contexto do desenvolvimento sustentável.
Este compromisso ocorre no sentido de manter o aumento da temperatura média global em bem menos de 2°C acima dos níveis pré-industriais e de envidar esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais.
Compreendendo as metas de descarbonização globais
Em resumo, para o alcance do objetivo final do Acordo, os governos se envolveram na construção de seus próprios compromissos, a partir das chamadas Pretendidas Contribuições Nacionalmente Determinadas (INDC, na sigla em inglês). Por meio das INDCs, cada nação apresentou sua contribuição de redução de emissões dos gases de efeito estufa, seguindo o que cada governo considera viável a partir do cenário social e econômico local.
No Brasil, o processo de ratificação do Acordo de Paris foi concluído após a aprovação pelo Congresso Nacional, em 12 de setembro de 2016. No dia 21 de setembro, o instrumento foi entregue às Nações Unidas. Com isso, as metas brasileiras deixaram de ser pretendidas e tornaram-se compromissos oficiais. Agora, portanto, a sigla perdeu a letra “i” (do inglês, intended) e passou a ser chamada apenas de NDC.
Quais foram as Contribuições Nacionalmente Determinadas pelo Brasil?
Em primeiro lugar, reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 37% abaixo dos níveis de 2005, em 2025. Bem como, com uma contribuição indicativa subsequente de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 43% abaixo dos níveis de 2005, em 2030.
Além disso, o país se comprometeu a aumentar a participação de bioenergia sustentável na sua matriz energética para aproximadamente 18% até 2030, restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de florestas, bem como alcançar uma participação estimada de 45% de energias renováveis na composição da matriz energética em 2030.
De maneira geral, a NDC do Brasil corresponde a uma redução estimada em 66% em termos de emissões de gases efeito de estufa por unidade do PIB (intensidade de emissões) em 2025 e em 75% em termos de intensidade de emissões em 2030, ambas em relação a 2005.
Portanto, o Brasil deverá reduzir as emissões de gases de efeito estufa no contexto de um aumento contínuo da população e do PIB, bem como da renda per capita. Tornando essas metas ambiciosas.
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